Elegemos a dedo 99 dicas de assuntos que, se não fazem, ainda farão parte de sua pauta de pescarias pelo Brasil afora. É ler, se preparar e aproveitar
Meteorologia
- Antes de sair para uma pescaria (qualquer uma!), consulte a meteorologia. Evite saídas que envolvam qualquer tipo de risco, planeje o destino e o tipo de pesca mais adequado às condições previstas.
- Quedas acentuadas de pressão indicam entrada de mau tempo. Nuvens escuras no horizonte podem estar anunciando chegada de tempestade. Encerrar a pescaria é o melhor a fazer, não insista.
- Em tempestades com raios e trovões, não use varas de grafite, elas são fabricadas com material condutor e podem ocasionar acidentes fatais.
- Em locais quentes onde existam insetos, prefira roupas leves e claras. Não deixe de passar filtro solar e use sempre boné ou chapéu.
- Para enfrentar clima chuvoso, não esqueça capa, sapato impermeável e sacos plásticos para embalar objetos que devem permanecer secos.
- Hoje há sites com informações bastante confiáveis para os próximos três dias, mas você pode fazer suas próprias previsões observando a natureza, como nos três itens a seguir.
- Nuvens são grandes indicadores de tendências climáticas. As do tipo Cumulus Nimbus ou CB – escuras e espessas, mostrando céu carregado – são indícios de tempestade próxima, com ventos fortes e relâmpagos. As Cirrus ou rabo de galo – cristais de gelo em grande altitude e velocidade – indicam entrada de frente fria nos próximos dias.
- Sinais indicadores de tempo bom: o céu clareia e as nuvens sobem; a pressão atmosférica sobe de forma contínua; o vento ronda de S-SE para N-NE (costa Sul e Sudeste); ao entardecer, o sol parece uma bola de fogo, deixando o céu dourado; há forte orvalho ou geada à noite; o nevoeiro matinal se dissipa cedo.
- Indicadores de mau tempo: as nuvens descem e se deslocam rapidamente; as nuvens engrossam e baixam, criando aparência de céu “pedrento”; a pressão atmosférica cai de forma rápida e contínua; o dia amanhece com vento forte; o céu fica vermelho ao amanhecer; o vento ronda de N-NE para S-SE (costa Sul e Sudeste).
Barco/motor/reboque
- Cheque o reboque na véspera de qualquer viagem programada. Revise instalações elétricas, pneus, estepe, chave de rodas, macaco compatível, engate e documentos.
- Se o conjunto reboque/barco pesar mais de 500 kg é aconselhável usar reboque com sistema de freio.
- Para prender o barco ao reboque, amarre somente a proa e a popa. Cabos ou cintas intermediárias transmitirão todas as imperfeições e vibrações da estrada ao casco da embarcação.
- Antes de enfrentar uma rampa, treine manobras em marcha à ré e, na estrada, tome cuidado com as ultrapassagens.
- Conheça todos os equipamentos de sua embarcação e os locais onde estão instalados e armazenados. Algumas panes podem ser facilmente consertadas, evitando que você fique à deriva.
- Saiba de cor posições de fusíveis, polarização dos fios e terminais elétricos e capacidades de tanques de combustível, óleo e água doce.
- Nunca navegue sem a documentação necessária: licença de pesca, Título de Inscrição da Embarcação (TIE), Termo de Responsabilidade, seguro obrigatório e Arrais Amador para águas interiores ou Mestre Amador para navegação costeira.
- Confira antes de cada saída equipamentos de salvatagem, cabos, âncora, ferramentas e peças reserva.
- Faça testes com bomba de porão, rádio e bateria. Confira o fechamento dos bujões e cheque os demais equipamentos.
- Toda embarcação deve portar coletes salva-vidas em número igual ao da lotação + 1, mesmo quando estiver com menos tripulantes.
- O uso de eletrônicos como GPS e ecobatímetro auxilia tanto na segurança quanto na produtividade da pescaria.
- Carregue a embarcação de forma equilibrada, regulando altura e inclinação do motor. Esses cuidados melhorarão a economia e a autonomia.
- Abra e ventile o porão para dissipar qualquer acúmulo de gases. A faísca da partida pode dar início a um incêndio.
- Ao navegar em local desconhecido, consulte a carta náutica da região. Considere especialmente baixios, pedras e demais perigos à navegação. Na indisponibilidade desse material, contrate um guia.
- Respeite os limites das áreas de navegação para onde seu barco foi classificado, com atenção especial a condições meteorológicas, consumo e autonomia.
- O combustível necessário para fazer uma pescaria deve ser calculado na proporção de 1/3 para ir e 2/3 para voltar. Tenha também óleo 2 tempos reserva, imprevistos acontecem.
- Nos motores de popa 2 tempos carburados, use óleo com especificação TCW-3. Nos motores com injeção direta, use somente óleos especificados pelo fabricante. Jamais “batize” a gasolina.
- Gasolina velha oxida, causando formação de uma borra que entope os dutos. Evite usar combustível com mais de 45 dias de estocagem.
- As faíscas de um simples isqueiro podem sinalizar uma embarcação à deriva em uma noite escura, evitando um acidente.
- Enfrentar vagas na diagonal pode deixar a navegação mais suave e confortável, porém, se a onda estiver na iminência de estourar, o melhor mesmo é jogar a proa em sua direção, acelerando na subida e aliviando motor ao cruzar a crista.
- Um trim (ajuste de inclinação do motor) bem regulado proporciona segurança e economia. Arranque com trim negativo (forçando a proa para baixo) e, após atingir o planeio, levante até perceber que o casco descolou da água. Se passar do ponto, irá escutar um ruído diferente e constatar que muita água está sendo lançada para cima, sinal de que o hélice está jogando energia fora.
- Se o barco for equipado com “jack plate” (regulagem vertical do motor), quanto mais alto o motor, maior serão o desempenho e a economia, mas fique atento para não perder a refrigeração, checando sempre a pressão d’água e a temperatura.
- Jamais faça curvas fechadas com o jack plate alto, ou poderá perder o leme.
Manutenção e acessórios
- Em viagens, transporte as varas dentro de capas e tubos de PVC. Depois de montadas, nunca segure mais de duas juntas com os passadores voltados para dentro; eles podem danificar o blank das outras varas e facilitar quebras.
- Ao levar máquinas fotográficas, filmadoras e equipamentos eletrônicos para a pescaria, adicione sílica gel no local de armazenagem. Na sua falta, use arroz cru, que também absorve a umidade.
- Especialmente na região amazônica, evite armazenar eletrônicos em locais com ar condicionado. Ao entrar em contato com o ambiente aberto, a umidade excessiva do ar poderá provocar condensação, danificando o equipamento.
- Nunca limpe a tela de eletrônicos como GPS e ecobatímetro com cera, ela poderá retirar a proteção antirreflexo. Basta um pano úmido e limpo.
- Se a pescaria acontecer em barco rápido, durante longos percursos mantenha as varas presas e acondicione bem a tralha. Eles podem ser jogados para a água em um piscar de olhos.
- Sempre revise linhas e nós e afie os anzóis antes de cada pescaria ou dia de pesca, caso a viagem tenha maior duração.
- Não se esqueça de regular o freio da carretilha ou molinete antes de começar a pescar, tornando a verificar a regulagem de tempos em tempos. Grandes peixes aparecem sem aviso e podem ser perdidos se esse detalhe não for observado.
- Para testar uma vara de grafite ou brigar com um peixe grande, nunca apoie a mão no meio do blank ou ele terá grandes chances de quebrar. A despeito de possuir boa resistência, sua flexibilidade foi planejada para esforços distribuídos entre o cabo e a ponta.
- Um pequeno kit de ferramentas ou mesmo um canivete multifunções pode ser providencial no caso de uma pane no motor ou no desmonte de um equipamento de pesca.
- Não tenha preguiça e faça a manutenção de seu equipamento logo após cada pescaria, limpando e lubrificando carretilhas e molinetes. Libere o freio antes de guardá-los.
Pescarias em água salgada
- A produtividade em água salgada tem íntima relação com as marés. Uma consulta à tábua das marés da região é indispensável.
- Marque bem os horários de enchentes, repontos e vazantes. Variações de até 20 centímetros por hora indicam correntes calmas, o que facilita a pesca, especialmente nas modalidades de fundo e de arremesso nos manguezais.
- Como a lua é o astro que mais influencia a variação das marés e seu período de rotação ao redor da Terra é de 24 horas e 50 minutos, isso quer dizer que há um atraso de aproximadamente 50 minutos em relação à maré do dia anterior.
- Só recoloque iscas utilizadas em água salgada na caixa de pesca depois de lavadas em água doce e secas, evitando, assim contaminar as demais e oxidá-las prematuramente.
- Durante a pescaria vale, inclusive, ter uma caixa à parte somente para iscas usadas, ou seja, que já entraram em contato com a água salgada ou salobra.
- Nas pescarias de arremesso no manguezal, prefira varas curtas de 5’3” a 5’8” de ação média e carretilhas de perfil baixo. Esse equipamento proporciona precisão nos arremessos em direção à vegetação baixa desses ambientes.
- Ao explorar essas estruturas, considere a velocidade da maré para fazer a isca “penteá-las”, mantendo-a mais tempo na chamada janela de ataque do peixe.
- Para a pesca de rodada com iscas de fundo como camarões e shads iscados em jig heads, escolha varas mais longas, de 6’6” a 7’, com ação rápida, e linhas de multifilamento. Os arremessos serão mais longos e você terá maior sensibilidade.
- Na pesca embarcada de arremesso em costões, é prudente manter certa distância. Varas mais longas são úteis para que as iscas atinjam os locais próximos das pedras.
- Prefira linhas de multifilamento para a pesca de fundo. Além de reunirem grande resistência e baixo diâmetro, sua pouca elasticidade proporciona muita sensibilidade. Próximo da isca use líder de monofilamento, para não transmitir vibrações.
- Apesar de mais caro que monofilamentos convencionais, o fluorcarbono é muito recomendado como líder. O material resiste mais à abrasão quando o peixe corre para as estruturas, é praticamente invisível sob a água, é mais denso (afunda mais rápido) e faz a diferença no momento crítico do embarque de peixes grandes.
- Na pesca de corrico, mesmo sem o uso de outriggers, você pode utilizar até quatro varas sem embaraços entre as linhas. Basta soltar maior quantidade nas duas varas externas.
- Ainda no corrico, se optar por iscas com trabalho em profundidades diferentes, coloque as que atuam mais embaixo nas linhas mais curtas, para evitar embaraços.
- Observe os sinais da natureza. Aves marinhas pairando no ar e mergulhando denunciam cardumes. Os predadores estão por perto.
- Em mar aberto, fique atento a qualquer estrutura flutuando. Ao redor delas costumam estar peixes concentrados, desde os pequenos até seus maiores predadores.
- Na pesca oceânica, os grandes peixes não têm estruturas onde possam buscar refúgio, então é mais importante ter equipamentos com muita capacidade de linha e a regulagem do freio para até 50% da sua resistência máxima.
- Na pesca vertical com metal jigs em grandes profundidades, não economize no comprimento do líder, que pode passar de cinco metros. Além de reduzir a vibração da linha de multifilamento, sua menor visibilidade é importante, especialmente se a água estiver limpa.
- 60. Branco, rosa, laranja, amarelo, prata e azul são cores sempre interessantes de iscas artificiais em qualquer pescaria na água salgada. Como perdas são frequentes, vale ter iscas reserva nas cores ou combinações mais “matadeiras”.
- 61. No caso de enrosco de iscas de fundo como metal jigs e jig heads, manobre a embarcação e puxe no sentido contrário, as chances de soltura serão maiores. Forçar a esmo poderá fincar ainda mais as pontas dos anzóis nas estruturas.
- Sempre que possível, tenha um conjunto extra da modalidade-chefe de sua pescaria. Em caso de linha arrebentada, cabeleira forte ou outro contratempo, você não perderá tempo (e um possível cardume ativo) refazendo nós.
Acampamentos
- Você pode não estar fazendo parte de um seriado de sobrevivência, mas, ao acampar, não deve se esquecer de itens como lanterna com pilhas reserva, isqueiro (ou fósforo), grelha e lona impermeável.
- Na falta do básico acima, o fogo pode ser iniciado com um pouco de gasolina e a faísca da vela do motor de popa ou da bateria, mas essa operação requer cuidados.
- Conserve a natureza com atitudes de bom senso. Se quiser saborear um peixe, abata o suficiente para consumo imediato.
- Para assar um peixe, faça o fogo em um buraco no chão. O braseiro dura mais tempo e economiza lenha. O apoio pode ser feito com galhos verdes.
- Lonas e encerados servem para a coleta de água da chuva ou orvalho da manhã, ambos são potáveis.
- Facas fileteiras devem ter lâminas finas e flexíveis, sendo sempre guardadas em bainhas.
- Para caminhar em águas rasas, use um galho como bengala e arraste os pés para evitar acidentes com arraias.
- Acompanhe as alterações no regime das águas. Marque com um galho o nível do rio ou lagoa já na chegada ao local de pesca e confira diariamente.
Precauções/segurança
- Nunca puxe uma isca enroscada com força em sua direção. Se ela escapar, se transformará em um projétil perigoso.
- Sempre use óculos polarizados. Além de enxergar melhor estruturas e peixes abaixo da linha d’água (eles eliminam parte dos reflexos), você terá seus olhos protegidos de iscas desgovernadas.
- Leve consigo um estojo de primeiros socorros em embalagem impermeável. O item faz parte da tralha de todo pescador prudente.
- Nunca é demais lembrar: tenha na mala repelente contra insetos e filtro solar. Lembrando que, no caso deste último, uma única aplicação no início da pescaria é muito pouco, o ideal é fazê-lo a cada duas horas sob o sol.
- Quando dois ou mais pescadores utilizam iscas artificiais próximos um do outro, os arremessos devem ser direcionados para o través da embarcação, de preferência com os parceiros voltados para o mesmo bordo.
- Anzóis e garateias sem farpa são liberados facilmente tanto do peixe quando do pescador no caso de acidente. Amasse-os sempre que possível com um alicate.
- Imobilize peixes grandes ou com dentição perigosa com auxílio de luvas e/ou alicates de contenção apropriados para o tamanho e tipo de boca do animal. Para liberar a isca ou o anzol, o alicate de bico é a ferramenta certa.
- Não banque o cirurgião se um anzol ou garateia perfurar você ou seu companheiro em tecidos delicados do corpo, como membranas e os olhos. O melhor a fazer nesses casos é proteger a área atingida e buscar auxílio médico o mais rápido possível.
- O mesmo vale em caso de acidentes com cobras, raias, peixes e outros animais que possuam veneno. A não ser que conheça os procedimentos de emergência, não perca tempo e corra em busca de ajuda.
Pescarias em água doce
- Aves estáticas em posição de caça nas margens dos rios são indícios da presença de cardumes de pequenos peixes. Predadores como os dourados têm grandes chances de estar na região.
- O canto estridente de cigarras nas margens de represas avisa: vale a pena usar pequenas iscas de hélice, que imitam esses insetos quando caem na água, o que é produtivo principalmente com belas tilápias rendali.
- Para peixes grandes e brutos que dão corridas praticamente irrefreáveis no início da briga, como piraíbas, pirararas e tambaquis, ou quando for necessário o uso de líderes de grosso calibre, prefira carretilhas sem devanador (distribuidor). O guia-linha poderá não suportar a pressão.
- Como na pesca de garoupas no mar, a briga com jaús e outros gigantes de couro em locais com risco de o peixe enlocar-se entre as pedras exige equipamento extra pesado e fricção apertada ao máximo. O cabo-de-guerra nos momentos iniciais da briga é crítico para definir o vencedor da batalha.
- Já na pesca de grandes tucunarés em locais cheios de galhadas, às vezes é mais interessante liberar totalmente a linha (destravando o equipamento) e esperar o peixe parar de se movimentar, principalmente quando se percebe que ele já correu para a estrutura após a fisgada. Deve-se então percorrer sua trajetória “descosturando” a linha.
- Sempre que explorar uma área de baixa profundidade, como um estirão de corredeira, passe com o barco ao largo do ponto e nunca por cima dele, para não afugentar os peixes.
- A pesca em áreas de rio a jusante de muitas represas é diretamente influenciada pela abertura das comportas, aumentando o volume de água ou ocasionando maior correnteza. Vale informar-se acerca dos dias em que isso costuma ocorrer.
- Tenha sempre à mão um conjunto leve ou ultraleve com pequenos anzóis e iscas artificiais para garantir a diversão com espécies esportivas de menor porte caso os grandes não apareçam.
- Os spinners e as colheres estão entre as iscas metálicas mais versáteis para pesca na água doce. Caso torçam a linha (principalmente os spinners), prefira snaps dotados de girador.
- Ao deparar-se com um repiquete (elevação súbita das águas) na Amazônia, atrás de tucunarés, eleja uma área e persista com bem mais arremessos que o normal, variando tipos de isca e investindo em trabalhos mais pausados.
- É comum encontrar tucunarés-azuis nas partes mais abertas e entradas de braços das represas, junto a grandes troncos semi submersos, e os amarelos em partes mais abrigadas, como os chamados fundos de grota.
- Presentes em lagos, rios e represas de todo o Brasil, as traíras são peixes esportivos que atacam muito bem iscas artificiais, com destaque para as barulhentas na superfície, as soft baits no fundo e os sapos artificiais com dispositivo antienrosco para locais dominados por vegetação.
Iscas naturais
- Para pescar com iscas vivas, é importante ter um aerador no viveiro do barco. No caso do camarão, feche a entrada de água ao entrar em rios de água doce, a baixa salinidade poderá matar as iscas.
- Para manusear iscas escorregadias como o mussum e a tuvira, a solução é envolvê-las em serragem ou usar um pano seco.
- Para a isca não sair do anzol e correr para a linha (podendo ser atacada por piranhas), basta amarrar um fino arame de cobre no olho do anzol, ele vai servir como anteparo.
- Peixes pequenos podem ser iscados pelo dorso, cauda ou cabeça (próximo aos olhos, boca ou nariz). Os camarões, pela cauda ou cabeça.
- Para manter o nado de pequenos peixes o mais natural possível, use anzóis de haste fina, que ainda darão maior sobrevida à isca.
- A ceva é um dos grandes segredos do sucesso em qualquer pescaria de espera de peixes onívoros como pacus e piaus. Grãos de soja e milho azedo estão entre as mais empregadas na bacia do Rio Paraná. Fique atento aos hábitos dos pescadores locais.
- Bolotas de massa feitas com farinha de trigo e pó de suco são bons substitutos para frutos na pesca de pacus, matrinxãs, piraputangas e piracanjubas na batida.
- Na pesca de corvinas de água doce, vale preencher o anzol com vários camarões quando eles são pequenos.